Actualidade vital vs actualidade banal

Uma das poucas pessoas especiais na minha vida, a Rita, irmã do Tiago, também ele especial, meus sobrinhos e sem os quais, por sinal, este blog não teria nascido, (acontecimento pelo qual lhes ficarei incondicionalmente agradecido), disse-me para falar em algum dos temas da actualidade deste mundo, ao qual tentamos afincadamente, não deixar de pertencer. Argumentei a minha ideia preconcebida e algo desanimada, de que a ordem pela qual é dada importância aos temas da actualidade, está bastante inquinada e alterada e, talvez por esse motivo, não valesse a pena ir por aí. De facto, valorizam-se mais os milhões que alguém ganha ou vai ganhar por uma actividade banal e dispensável, em detrimento dos milhões de vidas que são salvas por outro alguém (nem todas infelizmente), neste quadro epidémico e dramático, em que a humanidade está ainda mergulhada e a tentar lentamente vir à tona. Não questiono em momento algum, a importância que o entretenimento tem na vida de todos. Questiono sim, a forma tresloucada e quase a roçar a vergonha humana, como são endeusadas pessoas iguais a tantas outras, almejando a sua forma de viver (pelo menos a que querem mostrar), aparentemente perfeita e "feliz", como se cada um de nós, não tivesse também uma e com a qual, pode fazer o que bem entender. Por outro lado, aqueles que por muito menos valor atribuído e também com muito menos valor na sua conta, tentam manter a todo o custo os que vão sendo afectados e infectados do lado de cá da existência, são somente lembrados e reconhecidos, quando a incerteza, a angustia e algum tipo de dor apertam. Estranhos e complicados, são os tempos e os temas actuais, minha adorada Rita.