Afetos adiados
- Vitor Araujo

- 10 de set. de 2020
- 1 min de leitura
Quando a manifestação dos afetos, sejam eles um abraço, um afago, ou um simples beijo, simplesmente...não pode ser... porque de alguma forma temos de proteger a nossa saúde, a dos outros e no limite, a própria sobrevivência da raça humana, podemos tirar todas as conclusões. A conclusão de que andamos a fazer “toda uma estrada em sentido proibido” nesta nossa casa global, a conclusão de que uma “advertência divina” paira sobre as nossas frágeis e tolas cabeças, a conclusão de que o modo como viveremos num futuro muito próximo, não será nem deve ser de todo igual, ao presente que até há bem pouco tempo tínhamos como adquirido, a conclusão de que temos de abrandar a velocidade de cruzeiro do “iate” em que navegávamos há tempo demais e embarcar num simples “barco a remos”. Não basta por isso que a economia e o nível de vida ressurjam rapidamente. Não basta retomar a viagem adiada. Não basta jantar novamente no restaurante de eleição. Quanto muito, toda esta “felicidade” adiada e ansiada é um mero paliativo, porque o que nos faz realmente felizes, aquilo que arrepia a pele, nos enche de alegria o espírito e que desejamos ansiosamente voltar a possuir sem restrições de espécie alguma, é algo bem mais simples e gratuito…os afetos.




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